sábado, 20 de fevereiro de 2010

sétima crônica - AMOR CRISTAL



Nossos passos se perderam, nosso mundo se tornou um verdadeiro vazio. Nossas manhãs, acinzentadas, estão gastas por tantos amanheceres iguais. Nada de novo acontece em nossas vidas. Mesmo quando você diz que ama, que não sai, que não arreda, que não vive sem mim, não consigo mudar o que está no meu peito. Minha alma – infelizmente, desfaleceu.
Nada é mais devastador que um relacionamento que perdeu a total confiança. A mentira, acaba com todas as chances do amor dar certo. Quem mente passa a viver com dois fantasmas: o da mentira e o medo de ser descoberto.
Quem é o enganado passa a desconhecer o outro, a questionar constantemente quem ele é realmente.
E quando a confiança é acabada, se compara a um cristal que se quebra, o ressentimento toma conta do amor, interrompe-se o afeto e mesmo que o sexo seja maravilhoso, passa a ficar um vazio – “a realidade da convivência passa a ser comparada a um espetáculo: olhares, cortinas, atos...uma grande encenação” – mas tudo não passa de MOMENTOS! MENITRAS! FALSIDADES!DECEPÇÃO.
E o relacionamento não pode sobreviver de momentos, mentiras, falsidades. É preciso compromisso, lealdade, cumplicidade, amor mútuo. E quando assim não pode ser, o amor se vai, ficam as lembranças, a saudade, talvez o desejo de estar perto, mas não o querer de se tocar, de compartilhar porque o AMOR ACABOU.
E como um cristal, no amor a confiança não se restaura, se perde para sempre em seus cacos.
Sei que preciso me libertar não sei como, ainda não venci a mim mesma. Me vejo todos os dias em reflexos desfigurados, só tenho pesadelos...de nós dois. Preciso me encontrar no “ideal” que desconheço, mas sei que estar aí. È só partir. Pois a cada dia que passo, percebo, só envelheço. Não mais nos entendemos, não adianta, fugimos de nós dois, sempre, de alguma foram, na agressividade das palavras, na falta de um gesto de carinho, no silêncio que toma conta de nossas palavras...e vamos vivendo sem compreender o que nos une...e vivendo indiferenças, mesmo que disfarçada. Infelizmente somos hoje o que você fez de nós dois – respingos de lembranças de nosso amor.
esta escrita dias 03/ e 04 de fevereiro de 2010.

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