sábado, 20 de fevereiro de 2010

LABIRINTO



Os sonhos desmoronaram-se
As idealizações romperam
Os pés que pareciam firmes no chão
Já não tem mais sustento,
Da incerteza que transformou nossos dias.
As verdades que pareciam eternas
Se contradizem, tiveram fim.
O que guardei de mim?
Busco esta pergunta dentro de mim.
Momentos que marcaram meu viver?
Talves recomeçaria tudo de novo
Complementos verdadeiros do meu ser.
Recomeçaria com mais cuidado
Do começo até o fim.
Cometeria inconsequências
Daria mais razão ao amor
Das loucuras que unem os amantes
Das razões que não existem
Aos limites impostos pela vida.
Se eu pudesse recomeçar
Não deixaria ter ausência de nada
Seria presença constante
Em todos os instantes
Como os cobertores nos invernos
A nos completar, nos aquecer
Inventaria jeitos de amar, ser amada
Seria as palavras certas, quietas,
Labirinto secreto, mistérios do olhar
Que faz de dois - um a se encontrar.

VAZIO DO MEU NINHO


A esperança de dar tudo certo
Desceu pelo ralo imundo da sua vida
O tesão pelo amor apagou-se, acabou-se,
levou com você meus sonhos profundos
Nos atalhos dos seu caprichos nos extraviamos
e não mais nos encontramos
Nunca mais foi como antes...
e hoje? Eu vivo a poesia...
Perambulo, vagueio
Na incerteza de me reencontrar
Sigo meus dias, suspirando a saudade
Que toma conta do seu lugar.
Sentimentos não esquecidos
Ponto final que não chega ao fim
Reticências e muitas aspas que
Se abrem e se fecham
Enfatizandos nossos bons momentos
E assim nosso história continua presente
E estou fechada sem conseguir me encontrar.
Estou viva, caminho, busco recomeço...
Mas...acabo sempre voltando para
O vazio do meu ninho!.





oitava crônica - PERDIDA EM MIM

Ceguei-me ante aos sonhos que se perderam na minha imaginação. De repente percebi que vivi momentos em que eu queria ter virado a página, como um verso que não consegui transformar em poema. Mas você toma conta de mim. Dos meus pensamentos, dos meus sonhos, da minha escuridão. É como se mesmo diante de tantas desconfianças, me sentisse protegida em tuas mãos. E sendo assim, não consigo pensar em depois, apenas no amor que sinto. Me sinto criança afagada em teus braços. Me sinto mulher do jeito que só você faz. As palavras calam em meus lábios, e em cada novo dia meus sentimentos vertem em lágrimas que caem como gotas de orvalho e inunda meu coração. No deserto de sua incompreensão, de levar uma vida a dois “única”, sem aventuras
Talvez...quem sabe num dia em que não mais sentir minhas pernas enroladas nas tuas, descobrirás que tomei meu rumo – rumo certo...incerto. Que segui minha vida, e mesmo que eu venha a errar pelos caminhos irei ter certeza de que com você – meus dias só foram sonhos, desilusão, e que tudo que vivemos foi em vão.
Que tudo que sonhei de nós dois – a vida me levou, sem consolo, sem piedade, sem compreensão. Hoje, desejo apenas amar alguém, pela simples razão de ser feliz, não amar e ser amada, mas amar e ser respeitada. E vivendo assim...me sinto perdida...em momentos...que nem sei de mim!
Autoria: Lande Bomfim, em 09/02/2010.

UM POUCO DE MIM


Sou um pouco de paixão!
devaneios, segredos e mistérios.
Sou um pouco de compreensão
Perguntas sem respostas – solidão!
Sorriso triste, saudade sem fim
Lembranças do vazio que me tornei
Porque só busquei te fazer feliz.
Um pouco de mim é dor é tristeza...
É o sorriso escondido, lembranças do amor proibido.
Um pouco de mim é recomeço - que renasce do fim.
Sou um pouco de detetive
tentando desvendar suas aventuras,
analisar detalhes trapeceiros de sua vida
que faz parte da minha vida.
Um pouco de mim é a análise conturbada
De vivências meio inconsequentes...
Um pouco de mim ainda é um pouco de você!
Um pouco de mim é um dar sem receber!
De Lande Bomfim em 08/02/2010.

AMOR SUBTRAÍDO

Nas rugas do meu rosto
lembranças de um passado
de um amor de adolescência
que hoje vejo ter subtraído da minh’alma
a verdadeira essência
por ter sido um amor mal vivido...sofrido
e se transformado em página lida.
Fomos a soma de infinitos momentos
e hoje...de mim, apenas restou
um coração machucado, fragilizado
de atitudes que só machucou
Envergonho, mas não me quebro.
Tenho alma como árvore frondosa
Raízes profundas – alicerçadas
Renascendo sempre
Às vezes livre e solta
Noutras – perdida em meus tormentos

Recomeçar













É querer pintar o céu de lilás...
Por brilho dourado no olhar
Tom de canela na pele
E vermelho sangue no coração....
De repente...
Percebi que o material que reveste teu coração
É frágil...e formado de amor inconseqüente
Amor animal!
Movido somente a sexo.
Amor mentiroso
Que ama a muitas
E não consegue admitir
Que o amor é algo que limita
Cada certeza em nosso SER.
Sei que não basta virar a página
Mas...tenho sonhos na alma
E prefiro sofrer a dor da perda agora
Do que viver esse amor sem nexo
Preciso me reconstruir
Renascer da sombra de tantas decepções
Encontrar um verdadeiro amor
Afinal de contas
A vida é um eterno recomeçar
E então, tiro do caminho
As pedras que  atropelam
Meu coração
pela sua insensibilidade
Nesta escuridão.
Autoria: Lande Bomfim, em 28/01/2010

sétima crônica - AMOR CRISTAL



Nossos passos se perderam, nosso mundo se tornou um verdadeiro vazio. Nossas manhãs, acinzentadas, estão gastas por tantos amanheceres iguais. Nada de novo acontece em nossas vidas. Mesmo quando você diz que ama, que não sai, que não arreda, que não vive sem mim, não consigo mudar o que está no meu peito. Minha alma – infelizmente, desfaleceu.
Nada é mais devastador que um relacionamento que perdeu a total confiança. A mentira, acaba com todas as chances do amor dar certo. Quem mente passa a viver com dois fantasmas: o da mentira e o medo de ser descoberto.
Quem é o enganado passa a desconhecer o outro, a questionar constantemente quem ele é realmente.
E quando a confiança é acabada, se compara a um cristal que se quebra, o ressentimento toma conta do amor, interrompe-se o afeto e mesmo que o sexo seja maravilhoso, passa a ficar um vazio – “a realidade da convivência passa a ser comparada a um espetáculo: olhares, cortinas, atos...uma grande encenação” – mas tudo não passa de MOMENTOS! MENITRAS! FALSIDADES!DECEPÇÃO.
E o relacionamento não pode sobreviver de momentos, mentiras, falsidades. É preciso compromisso, lealdade, cumplicidade, amor mútuo. E quando assim não pode ser, o amor se vai, ficam as lembranças, a saudade, talvez o desejo de estar perto, mas não o querer de se tocar, de compartilhar porque o AMOR ACABOU.
E como um cristal, no amor a confiança não se restaura, se perde para sempre em seus cacos.
Sei que preciso me libertar não sei como, ainda não venci a mim mesma. Me vejo todos os dias em reflexos desfigurados, só tenho pesadelos...de nós dois. Preciso me encontrar no “ideal” que desconheço, mas sei que estar aí. È só partir. Pois a cada dia que passo, percebo, só envelheço. Não mais nos entendemos, não adianta, fugimos de nós dois, sempre, de alguma foram, na agressividade das palavras, na falta de um gesto de carinho, no silêncio que toma conta de nossas palavras...e vamos vivendo sem compreender o que nos une...e vivendo indiferenças, mesmo que disfarçada. Infelizmente somos hoje o que você fez de nós dois – respingos de lembranças de nosso amor.
esta escrita dias 03/ e 04 de fevereiro de 2010.

quinta crônica - CAMINHO EM DESALENTO


Não sou apenas personagem da minha história. A minha sensibilidade vai além de querer entender os mais profundos mistérios do ser humano: o amor, a dor, desencontros –pedras que aos poucos tecem a trama de nossas vidas. E é preciso enfrentar estas pedrinhas que nos desafiam todos os dias, para que não se transformem em paredões amanhã. Em cada caminho percorrido, entre as memórias e os novos acontecimentos, vou descobrindo uma nova maneira de olhar o que me cerca e busco inspiração para refletir sobre minha própria história. Descubro que o amor desiludido, deixa opaco a beleza da existência mais essencial nos acontecimentos comuns da vida.
Às vezes, escrevo como se quisesse dar um grito angustiado, noutras, leveza da serenidade, registro vivências...dos momentos que acontecem na minha vida. E vou colocando do meu jeito, pedaços de mim, com dores e dissabores. E se detalhar os paralelos reais dos acontecimentos, tudo se tornará melancólico, doloroso...como muitas vezes somos, únicos na nossa essência e jeito de amar.
E vou recordando memórias de sonhos vividos...brilho no olhar de um amor trilhado com pedras que causaram dor, ressentimentos...caminhos desencontrados.
E ao mesmo tempo...almas que se entendem, se completam. Contemplo o universo dos meus sentimentos perplexos, só vejo fragmentos refletidos em meu rosto. Viro a página, sou a personagem principal desta cena. Uma sonhadora, presa as amarras do tempo. Universo paralelo ao teu.
Entre realidade e sonhos, também descubro o mistério dos caminhos percorridos e dos que estão por vir, e vou fazendo da vida um riso qualquer, alegrias momentâneas, e assim procuro cicatrizar as feridas e seus danos, e seguir sem medo de ser feliz – a voz – a VOZ DO CORAÇÃO!